Serei romântica incurável de coração gelado
Ou romântica incurável somente em palavras e imaginação 
Talvez não o saiba ser de facto na vida onde acordamos e nos deitamos
Não sei 
Serei romântica incurável de caneta e papel na mão 

 Nunca o azul do céu fez tanto sentido. 

🩵

Nunca me despedi de ti.
Amar-te-ei sempre - dizia.
E amei. Irei amar. 
Nunca me despedi de ti.
Seria como que despedir-me de mim também
Fui-me embora a amar-te 
Com a certeza de que o futuro não me traria algo assim de novo
Nem precisava.
Um amor tão doentio de paixão e poesia.
De pura sinceridade e toxicidade abstrata.
Um amor de escritores. 
Que só se escreve uma vez. 
E assim nunca me despedi de ti.
Amar-te-ei sempre. 
Não a pessoa que és hoje, que foste ontem ou serás amanhã.
Amarei somente o homem que achei amar-me incondicionalmente. 
Que, talvez nem tenha nem existido.
Talvez a minha alma de poetisa te tenha desenhado somente na imaginação. 
Essa teimosa, essa mesmo, a que te amará sempre, ainda que tenha demorado tanto tempo a perdoar-te por não honrares o que viveste a seu lado, por tamanha posterior falta de respeito.
Nunca me despedi de ti.
Não sei sequer se exististe, apercebo-me.
E que triste que é ter vivido um amor destes, sozinha.
Talvez seja isto, talvez te irá amar sempre pela dor também.
Mas a caneta falha e eu sei que está na hora.
De finalmente me despedir de ti.
Sabes, não sou mais quem fui. 
Não acredito mais em contos de fadas nem ilusões irreais. 
Permaneço escritora de coração nas mãos e brilho no olhar.
Um olhar maduro.
Não sou mais quem fui.
E não te levarei comigo.
Ficarás sempre com a alma de poetisa, somente.

Assim me despeço.
Com palavras.
As que nos faziam sentido.



















Sempre quis um amor calmo.
Mas nunca tive a sorte de o viver.
Quando te conheci o teu olhar denunciou-te. 
Mas não quis acreditar.
Como poderia?
Como poderia ainda acreditar no amor sabes?
Tu e a tua calmaria pediram-me para entrar e eu deixei.
Como poderia não o fazer?
Sempre quis um amor calmo 
E um dia sem saber como ou porquê 
Tu chegaste.


 Quanto mais te escrever
Mais te perderei
Dentro de mim
Quanto mais te escrever
Mas ficarás nas palavras
E não no meu coração.


 Tentei segurar-te 
Mas não passas de vento
E o vento não se segura
Só passa
Passa e deixa tudo fora do sítio
Como me deixaste a mim.
 


Eu sou a carta que não quiseste ler

O avião que não quiseste apanhar

A viagem que não quiseste fazer

Eu sou a mensagem ignorada

A pergunta não respondida

Eu sou apenas mais uma na tua lista

Poderia ser a última

Se quisesses

Mas riscas o nome e segues

Como se nunca me tivesses tocado

Como se não me tivesses olhado dessa forma

Como se não me quisesses beijar naquela noite

Como se tudo não passasse de algo que só eu mesma criei

Quando foste tu que escreveste a primeira ilusão no meu corpo 

Foste tu que avançaste 

Foste tu que tentaste

E quando conseguiste…

Desististe.

Como se eu não tivesse valor algum.

Por isso eu sou apenas a luz que não quiseste ver brilhar

Sou apenas insuficiente 

A carta que não quiseste ler.




 Olho-te nos olhos imensos em prazer e sinto-te em mim

Em cada pedaço que possuo 

Entrego-me a ti sem querer

Sem saber

Entregas-te a mim a medo

E ficas

Ficamos

Numa explosão de sensações 

Que de nada de convencional possuem 

 


Olhei-te a dormir e secretamente pedi que ficasses para sempre
Eterno romântico este meu coração 

Já confundiu tantas vezes atração com amor e ainda assim continua 

Continua a acreditar

A sentir

A dar-se 

Eterno romântico este meu coração

Que vive do toque

Do olhar

Do beijo.


Faria do teu beijo casa

Do teu abraço poso

Do teu sorriso brilho.