#quintadoscontos

Sabes.
Eu gosto de palavras.
Muito mesmo.
Ajudam-me a recomeçar.
A deitar cá para fora tudo o que sinto.
Sabes,
Toda a minha vida vivi por elas, talvez.
Pelo que elas conseguem dizer.
Depois,
conheço-te.
E quais palavras, quais quê.
Elas não transmitem o que é sentir num único olhar que me entendes.
Elas não demonstram a sensação de conforto ao saber que simplesmente existes, comigo.
Gosto de palavras.
Gostarei para sempre.
Mas hoje sei que às vezes se podem tornar em pouco.
Pouco para te descrever.
A ti.
A mim.
Nós.
Tão parecidas.
Não só na personalidade que já diz tudo mas também na vida.
Sabes sempre o que me dizer porque já o sentiste, e se não sentiste, sentes agora ao imaginar-me.
Somos simples.
Longe do barulho do mundo.
Longe de pessoas.
Possuímos dos maiores e melhores corações que já pude conhecer.
Amamos como ninguém.
E sorte a nossa, no amor.
Sorte a nossa podermos compartilhar os mesmos momentos bonitos nas nossas vidas distintas.
Sorte a nossa.
Gosto de palavras, já disse?
Mas para ti não chegam.
Obrigada.
Obrigada, por existires, na minha vida e na de todos.
Obrigada por seres esta mulher, tão madura, tão linda por dentro e por fora.
Obrigada por estares, mesmo quando não quero ver ninguém.
Obrigada por me deixares ser eu, sem saberes, não preciso de muros ao pé de ti.
Obrigada pelo conforto, por te sentares no meu sofá e eu sentir que sabes que é teu também.
Amo-te.
Amo-te muito.
E bem que posso tentar, como escritora teimosa que sou, mas nenhuma destas palavras te faz jus.
Eu gosto delas.
Mas para ti não chegam.
Nunca chegarão.

O texto que escrevi para a minha soulmate no dia dos anos dela. ❤️